domingo, setembro 24, 2006


A Moça.

Depois de uma hora de viagem desembarcamos na beira da rodovia. Iríamos fazer uma pequena caminhada de uns trinta minutos, para encontrar a moça.

O tempo estava nublado tinha chovido a noite e ainda caia uma pequena garoa. Mas nós intrépidas aventureiros estávamos decididos a conhecer a Moça de qualquer jeito. Iria ser minha primeira vez, e a de alguns outros que estavam conosco. A ansiedade e a expectativa eram visíveis aos olhos de todos.

A trilha foi percorrida com tranqüilidade e muita alegria, uns tirando brincadeiras com os outros. E então chegamos. Lá estava ela, parecia nos olhar como desejo, com fome, queria nos engolir. E de certa forma iria.

Nos preparamos e fomos até ela, era uma caverna pequena, um pequeno desnível na entrada para em seguida seguir um caminhamento horizontal, mas cheio de passagens estreitas que teríamos que passar nos arrastando e se nos contorcendo, claro que com a chuva estava tudo enlameado e também muita fezes de morcego no chão, na realidade um verdadeiro rio. Mas o visual e a sede de encontrar o novo nos fez passar por isso tudo facilmente. A gruta tinha muitos adornos característicos, estalactites, estalagmites, uma formação em forma de pata de elefante, e uma outra que encontramos nas paredes parecida com pipocas.

Começamos a trabalhar, uns foram fazer a descrição do lugar e outros foram mapeá-la. Eu fui com a equipe de topografia, fazer medidas dos corredores e salões, assim comecei a aprender como topografar uma caverna, fazer seu desenho e sua descrição técnica. Fomos finalizar os trabalhos já perto do fim da tarde. Foi esse meu primeiro trabalho em uma caverna, o primeiro de muitos que viriam.

Hoje perdi as contas das cavernas que andei. Já faz algum tempo que não vou em uma nova gruta, mas estou me preparado para novos trabalhos, para novas descobertas, para colocar os pés aonde nunca antes alguém pisou.